Net Zero 2050: estamos no caminho certo?

Enquanto mais países estão comprometendo-se ao objetivo do conceito Net Zero e neutralizando suas emissões diretas e indiretas de carbono, o mundo está acompanhando de perto questões como a crise climática e o aquecimento global.

Ainda não sabe o que é Net Zero?

Net Zero visa a redução das emissões dos gases do efeito estufa ao mais próximo possível de zero.

A neutralidade de carbono, uma estratégia parecida com o Net Zero, que busca equilibrar as emissões de carbono com a absorção desse elemento pela natureza, e a utilização de energia de fontes renováveis são duas das principais medidas para que o aquecimento global não ultrapasse os 1,5°C definidos pelo Acordo de Paris.

Esse objetivo só pode ser alcançado a partir de mudanças radicais na forma como produzimos, consumimos e nos movimentamos no planeta.

Entenda qual é o impacto do conceito Net Zero na Indústria da Arquitetura, Engenharia e Construção (EAC) e descubra o que tem sido feito para que as emissões líquidas de carbono no mundo sejam zeradas até 2050.

Net Zero: como a Arquitetura, Engenharia e Construção Civil estão reduzindo suas emissões de carbono?

Tecnologias sustentáveis já fazem parte da Indústria de EAC, mas atualmente cerca de 40% das emissões mundiais de dióxido de carbono vêm apenas do setor de construção – que pode dobrar sua pegada de carbono até 2060.

Os arquitetos e urbanistas estão atentos aos dados, procurando estratégias inteligentes para a criação de comunidades ecologicamente corretas.

Conceitos como arquitetura bioclimática, o uso de recursos naturais de forma passiva, a energia renovável e o carbono incorporado das construções se tornaram indispensáveis nas rotinas de trabalho desses profissionais.

Neste sentido, os edifícios Net Zero entram em jogo como construções autossustentáveis.

Um edifício Net zero deve ser responsável por produzir toda a energia que é consumida no seu interior, finalizando cada ano com o balanço de energia zerado.

É aí que a Engenharia Civil aparece com novas soluções para que essas construções absorvam ou consumam o carbono emitido durante a sua construção e operação e a fabricação de seus materiais.

Compromissos globais para atingir o objetivo Net Zero 2050

Hoje, apenas os 10 maiores emissores de gases do efeito estufa são responsáveis por aproximadamente 68% das emissões globais.

Mais de 70 países – que juntos compõem cerca de 76% das emissões globais – já estão trabalhando em conjunto, com metas ambiciosas, em busca da descarbonização do planeta.

Empresas privadas, cidades, instituições de ensino e corporações financeiras se comprometeram com medidas rigorosas de diversas campanhas e iniciativas globais que se interconectam em prol dos objetivos Net Zero.

A Business Ambition for 1.5°C, a Race to Zero, a Science-Based Targets (SBTi) e a Climate Ambition Accelerator são algumas dessas iniciativas globais que estabelecem metas climáticas alinhadas à ciência e provêm insights para o cumprimento dos objetivos Net Zero.

O que tem sido feito no Brasil?

Em 2021, o Brasil assinou seus compromissos na COP26 (Conferência do Clima) para reduzir em 50% as suas emissões dos gases de efeito estufa até 2030.

Essa é a mesma meta que foi assinada pelo país no Acordo de Paris em 2015 e que foi, depois, revogada em 2020, sendo, atualmente, ainda insuficiente para estagnar o aquecimento global.

Dentre outras diretrizes estratégicas apresentadas pelo Ministério do Meio Ambiente brasileiro na COP26, estão:

Gradativamente zerar o desmatamento ilegal até 2028;
Reflorestar 18 milhões de hectares até 2030;
Atingir a participação de 45% a 50% da energia renovável no total produzido e utilizado no país;
Restaurar 30 milhões de hectares de florestas degradadas em prol de pastagem.

Detalhes sobre a prática e a real garantia dessas ações devem ser esclarecidos durante a COP27, ao fim de 2022.