A cultura e a sociedade nos condicionaram a uma mentalidade fixa sobre a prática administrativa já estabelecida há um século. No dicionário, gerente é “aquele que gere e/ou administra negócios, bens ou serviços”, reforçando a associação a pessoa que controla comportamentos e recursos. Para se direcionar rumo ao futuro é preciso alterar esse estereótipo ultrapassado na direção a uma abordagem focada em liderança.
As tecnologias em evolução estão acelerando as mudanças no cenário dos negócios nas organizações. Líderes e gerentes do futuro terão de dominar tecnologias disruptivas como a Inteligência Artificial (IA) e manter equipes coesas e funcionais de trabalho.
A rápida mudança de cenário das organizações com a evolução tecnológica exigirá habilidades dos futuros líderes e gestores com competências capazes de orientar com sucesso suas equipes ou organizações a aumentar sua vantagem competitiva no mercado.
Uma pesquisa da Gallup, que realiza relatórios sobre líderes e organizações, revelou que as empresas atuais devem ter uma postura descentralizada com espaços e horários flexíveis de trabalho ao delimitar as seguintes considerações: 74% dos funcionários estão aptos a realizar seus trabalhos em diferentes áreas; 52% dos funcionários afirmam possuir alguma escolha quando trabalham e 43% dos funcionários trabalham uma parte do tempo fora do seu ambiente de trabalho.
Espera-se que as organizações estejam totalmente digitalizadas até 2025. Com o avanço da tecnologia, as inovações permitirão que funcionários e empregadores se conectem e se comuniquem melhor. Com isso, modelos de negócios terão de se remodelar a novos conjuntos de habilidades e, consequentemente, uma estratégia digital em movimento. Para tanto, gerentes terão de adotar novas posturas.
A atual prática gerencial exigirá novas habilidades
Profissionais do conhecimento
Líderes permitem que funcionários também liderem numa economia de conhecimento em que profissionais exerçam sua capacidade de trazer soluções. Gerentes terão de capacitar funcionários a serem seus próprios “chefes”.
Autonomia
Equilíbrio entre autonomia e gestão. Funcionários mais independentes aumentam seu desempenho, mas na hora de resolver conflitos, o gerente precisa providenciar apoio.
Relacionamento
Relacionamentos saudáveis entre líderes e liderados alimentam a cultura organizacional. Gerentes ruins nesse aspecto desmotivam o funcionário e colocam o bem estar da empresa e do empregado em risco.
Coach
Entender as necessidades de cada um é um ato de motivação. Gerentes devem investir tempo treinando e incentivando o crescimento dos funcionários. Essa abordagem coaching envolve e auxilia nos diálogos durante difíceis decisões.
Especialistas
Uma equipe multifuncional de gerentes especializados em diferentes abordagens possui visão global de cada funcionário descartando a antiga motivação baseada no medo.
Dicas do Google para os líderes do futuro
O Google começou com equipes que se autogerenciavam. A decisão inicial provou posteriormente que é necessário possuir um líder, mas que possua as seguintes habilidades:
- Que seja um bom coach.
- Capacite a equipe e não a microgerencie.
- Cria um ambiente temático inclusivo.
- Demonstre preocupação com o sucesso e também o bem estar de todos.
- Que seja produtivo e orientado a resultados.
- Um bom comunicador – ouve e compartilha informações.
- Apóia o desenvolvimento de criadores e discute o desempenho.
- Tem uma visão e uma estratégia para a equipe.
- Possua habilidades técnicas essenciais para ajudar a aconselhar a equipe.
- Que colabore com o Google e que seja um forte tomador de decisões.
8 formas de gerenciamento para aplicar até 2025
- Gerenciar a tecnologia – Capacidade de integrar a novos cenários de negócios e tecnologias. Em relação a Inteligência Artificial (IA) terão de ser passivos e reativos no momento certo. A IA não vai substituir as pessoas. A ideia é que sirva como apoio para expandir suas capacidades e torná-los mais produtivos e melhores no que fazem. Gerentes terão de possuir habilidades técnicas para identificar tendências da tecnologia e maximizar esses recursos nas organizações.
- Cultura da sabedoria – À medida que as indústrias se afastam dos modelos tradicionais com estruturas hierárquicas ultrapassadas, líderes e gerentes devem apoiar uma cultura baseada na sabedoria e não no conhecimento. O que isso quer dizer? Que terão de promover a multiplicidade de pensamentos ao mesmo tempo, que acompanham a evolução tecnológica.
- Mudança demográfica – Os melhores líderes entenderão a mudança demográfica cultural e guiarão a organização através de estratégias para formação de equipes reconhecendo como oportunidade de crescimento os talentos individuais utilizando estratégias de marketing, que refletem a inteligência cultural de cada um. A nova geração trará a necessidade de colaboração entre as gerações e esses dados demográficos farão com que líderes sejam sensíveis e inclusivos tornando o ambiente colaborativo.
- Gerenciar riscos – Gerentes identificarão lacunas de oportunidades como ameaças competitivas e anteciparão tendências e soluções levando as equipes a atingir metas. As incertezas do mercado levarão os novos lideres a prosperarem obtendo respostas rápidas num ambiente operacional mais dinâmico elevando as equipes ao próximo nível de crescimento.
- Inteligência emocional – A habilidade social será um traço primordial aos gerentes para uma comunicação eficiente, atitude positiva, avaliar contratações e gerenciar tempo. Gerentes terão de desenvolver inteligência emocional para administrar pessoas, estar abertos a vários pontos de vista, lidar com a diversidade, incentivar as contribuições individuais para maior e melhor produtividade. Além disso, terão a responsabilidade de gerenciar profissionais capazes de projetar sistemas e processos para ferramentas de IA em um futuro próximo.
- Lideres de sucesso – São os focados no desenvolvimento e incentivo das equipes capacitando e dando suporte como referência e não a abordagem tradicional do “faça o que eu digo”. Serão especialistas em avaliar habilidades sociais e técnicas dos candidatos para formar uma equipe de sucesso. A automatização dos processos irá otimizar as habilidades ao invés do processo de trabalho. Com maior flexibilidade, gerentes estarão focados nas estratégias de comunicação, no relacionamento e no gerenciamento de conflitos, além de terem de se adaptar ao volume de dados e informações de diversas fontes que circulam nas organizações.
- Carisma – Líderes terão de ser carismáticos para envolver, conduzir mudanças, compartilhar experiências, num ambiente inclusivo e que proporcione bem estar a todos fazendo com que as equipes apoiem a organização cultural de cada empresa. O mundo digital mudará a postura do tradicional método de proteção de privacidade das informações para uma de maior transparência e comunicação mais aberta. Gerentes terão de ser menos hierárquicos e mais colaborativos.
- Resultados – Gerenciarão resultados ao invés de processos burocráticos. Profissionais serão mais autônomos tornando-os mais produtivos e satisfeitos Por isso, os novos líderes gerenciarão relacionamentos para atingir resultados.
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