Você conhece o metaverso? O termo, criado para identificar os mundos virtuais, conta com a colaboração de arquitetos e engenheiros na construção de ambientes. Veja como se dá essa interface.
Uma das grandes tendências do momento na área da inteligência artificial é a construção dos mundos virtuais, o metaverso. O termo é utilizado para designar os mundos virtuais que buscam replicar a realidade através de dispositivos, softwares e recursos como a realidade virtual, a realidade aumentada e a internet.
O metaverso, hoje, já é uma realidade que veio pra ficar e que está invadindo o mundo dos videogames, por exemplo. Você pode estar se perguntando: o que isso tem a ver com a arquitetura e a engenharia? De que forma esses campos podem contribuir com esses mundos virtuais?
Bem, cada vez mais, arquitetos, designers e engenheiros estão tomando consciência dessas tecnologias e da sua responsabilidade em liderar a construção desses espaços virtuais. Qual é, então, a arquitetura do metaverso?
A arquitetura do metaverso
O termo metaverso foi cunhado por Neal Stephenson para definir aquilo que ele reconhecia como o sucessor da internet e constitui sua visão de como um mundo digital poderia evoluir em um futuro próximo.
O maior papel da arquitetura e da engenharia na construção do metaverso tem a ver com a questão da disciplina arquitetônica. Segundo Liz Stinson, ainda que as realidades virtuais apresentem possibilidades infinitas, esses mundos ainda precisam ser criados de uma forma que retratem o mundo real, ou seja, aquilo que vemos à nossa volta. Em outras palavras, precisamos reconhecer nosso mundo nos mundos virtuais.
Assim, profissionais da área da construção têm a responsabilidade de ajudar no design realista desses ambientes. Por séculos, arquitetos, engenheiros e construtores ditaram a forma como os ambientes deveriam ser construídos. As complexidades do mundo físico exigem que existam normas que regulem a criação dos espaços, como zoneamentos e credenciamentos. Além disso, nem todo mundo pode sair por aí construindo arranha-céus, é necessário ter conhecimento para isso. O mesmo se aplica ao metaverso.
Tendências da arquitetura do metaverso
À medida que novas ferramentas vão sendo desenvolvidas para o metaverso, novos projetos vão surgindo. Uma tendência que está tomando conta é a dos projetos cada vez mais democratizados e de código aberto. Na interface entre a arquitetura e a tecnologia, o termo “virtual” está cada vez mais associado à realidade, principalmente na construção de um metaverso totalmente virtual. À medida que essas “realidades” continuarem a evoluir, elas revolucionarão a arquitetura, a engenharia e a construção.
Normalmente, quando os arquitetos precisam pensar dentro dos limites da arquitetura da vida real, ao lidarem com o metaverso pela primeira vez, a resposta inicial é celebrar as suas “possibilidades ilimitadas”. A arquitetura dos universos virtuais independe de custos e estruturas, deixando o processo muito mais livre; o potencial é ilimitado.
Considerando a atual crise ambiental e econômica, que tem restringido e muito a liberdade da atuação dos arquitetos e engenheiros, o metaverso devolve a esses profissionais a oportunidade de usar a imaginação e suas habilidades para projetar como se os recursos fossem infinitos.
Falando sobre a crise ambiental, inclusive, a arquitetura do metaverso também impacta a sustentabilidade. De acordo com Oliver Lowrie, que é diretor na Ackroyd Lowrie, um escritório de arquitetura de Londres dedicado a construir as cidades do futuro, o metaverso dá a possibilidade de que muitas pessoas “testem” prédios antes de que eles sejam feitos no mundo real. Isso possibilita a construção de prédios com mais segurança, mais duradouros e mais confiáveis.
Discovery: exposição mostra como arquitetos e designers podem contribuir
A exposição Discovery: a story about rooftops, airships, robots, and inflatables, que abriu recentemente numa galeria de arte em Los Angeles, na Califórnia, apresenta uma exploração da criação de mundos virtuais, inteligência artificial e ecologia.
A exposição é baseada em um videogame ecológico e na simulação de um futuro próximo para a região downtown, no centro de Los Angeles. A exposição é resultado da observação de uma cultura emergente, a urban rooftop culture (algo como cultura de terraço urbana). Com foco em espaços verdes nos terraços dos prédios e estilos de vida alternativos, essa cultura se originou durante o confinamento decorrente da pandemia de COVID-19.
A Discovery oferece aos arquitetos, engenheiros e designers uma visão daquilo que o futuro pode ser, tanto nas realidades virtuais quanto no mundo real, com foco em sustentabilidade e aliando tecnologia ao trabalho desses profissionais.
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