Mark Zuckerberg está transformando uma das empresas mais populares e lucrativas do mundo em uma “Companhia do Metaverso”. Mas esta tendência não começou com ele.
Grandes empresas de jogos eletrônicos já exploram novas possibilidades de rentabilidade de universos parecidos com o Metaverso.
No início deste ano, por exemplo, a Epic Games, empresa desenvolvedora de jogos digitais, desembolsou US $1 bilhão com o intuito de financiar a construção do Metaverso a longo prazo.
O grande aporte de recursos financeiros serve como indicativo de que o mercado digital está começando uma grande mudança.
Nesse contexto, o desenvolvimento de novas tecnologias e o aprimoramento daquelas já existentes, como realidade virtual, inteligência artificial e IoT, é essencial para dar suporte ao metaverso em construção.
E aqui está outra palavra importante: construção. Para o metaverso, a arquitetura e o design são tão importantes quanto o desenvolvimento de softwares.
Entenda como os arquitetos e outros profissionais estão sendo impactados por essa nova realidade virtual, ao mesmo passo em que desempenham um novo papel na economia mundial.
O que é o Metaverso?
O termo metaverso apareceu pela primeira vez no romance Nevasca, escrito por Neal Stephenson em 1992. No geral, a expressão identifica um espaço virtual que procura recriar ou criar um novo universo combinando tecnologias baseadas no uso da internet.
Se você pensou no filme Matrix, lançado em 1999, pensou certo. No filme, uma distopia, é retratada uma realidade em que humanos vivem aprisionados dentro de uma realidade virtual controlada por máquinas.
A Matrix é, então, uma forma de ampliar o mundo real e nossas próprias vidas, oferecendo a possibilidade de novas experiências que não seriam possíveis na vida real – como voar ou ter uma força sobre-humana.
No Metaverso, o que está sendo desenvolvido e já traz muitas promessas, substituímos nossas experiências 2D por um novo mundo 3D cheio de potencial para mudar a forma como vivemos, nos relacionamos e como trabalhamos.
Quem está construindo o Metaverso?
Ainda que o gigante Facebook tenha sido o mais recente caso a ganhar destaque nas mídias – inclusive com a mudança do nome de seu conglomerado para Meta – Mark Zuckerberg não foi o primeiro e não será o único a liderar o processo.
Para muitos especialistas no tema e em seu desenvolvimento, o metaverso é um sistema aberto, baseado na interoperacionalidade. Nele, a força central são os usuários, não a indústria – algo bem parecido com o que é retratado na obra Jogar Nº 1, filme de 2018 dirigido por Steven Spielberg, o mesmo de A.I. – Inteligência Artificial.
São os usuários, então, responsáveis pela cocriação dos espaços digitais do metaverso. E, sobretudo, por caracterizá-lo como um espaço de socialização para além do mundo real.
Qual a importância do Metaverso para a arquitetura?
Se no mundo real a arquitetura é uma das principais responsáveis por dar forma e materialidade à nossa vida, no metaverso ela também desempenha esse papel. Assim, os espaços virtuais precisam de um arquiteto, alguém que pense os lugares desse novo universo e os projete.
E, sim, se você lembrou novamente de Matrix e seu personagem chamado de Arquiteto, você está correto!
Indo além, o contexto atual de pandemia produziu uma aceleração da migração da economia real para a digital. Criptomoedas, transmissão de dados, contratos, assinaturas, enfim, procedimentos antes realizados somente no formato impresso e real, agora são realizados por meio de dados.
Arquitetura e o interesse por ativos digitais.
Itens digitais constituem atualmente um mercado de bilhões de dólares, no qual cada criação digital é certificada e rastreada como única, garantindo o seu valor de venda por meio de tecnologias como blockchain e NFT (non-fungible token, no original em inglês, traduzido como token não fungível no português).
Essencialmente, as tecnologias que garantem a integridade e o valor dos ativos digitais é a criptografia, ou seja, a transformação das informações e dados em um código que precisa ser gerado em uma ponta e traduzido em outra.
Na experiência real, a criptografia e as tecnologias relacionadas já tornaram possível, por exemplo, a realização de leilões em que o item a venda era um meme – aquelas imagens produzidas exclusivamente na internet e que já começam a ganhar status de arte.
Nos ambientes virtuais, por sua vez, pessoas reais exibem suas coleções de itens digitais, visitam marcos arquitetônicos, participam de eventos e vivem uma vida completa por meio de um avatar.
Algo promovido, por exemplo, por jogos como The Sims e Second Life.
Associando as duas informações, é possível pensar em projetos arquitetônicos produzidos e comercializados dentro de espaços virtuais ou destinados a eles, por meio de leilões utilizando os NFT.
Ou seja, arquitetos e designers podem criar ativos digitais como edificações, esculturas, móveis, texturas, cidades inteiras e os vender inúmeras vezes para diferentes mundos virtuais – e clientes virtuais.
Como os arquitetos criam o Metaverso?
Programas de modelagem digital ou de desenho arquitetônico circulam no mercado desde antes de o metaverso ganhar forças. São programas como CAD e BIM que permitem testar os projetos antes de serem executados.
Qual a diferença, então, de projetar para o metaverso?
Nesse caso, a ideia não é tornar real o projeto realizado em softwares, mas mantê-lo virtual e acessível aos usuários e pessoas do metaverso.
É de se pensar, então, que alguns parâmetros (e porque não limites) da construção civil possam ser superados.
O que você pensa sobre a imersão da arquitetura no Metaverso? Com esse universo se expandindo constantemente, a atuação do arquiteto pode cruzar a linha dos programadores de jogos, designers e vice-versa?
Nos conte nos comentários, vamos conversar!
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