O conceito de casas inteligentes, ou smart homes, é definido pelas possibilidades de controle e automação oferecidas pela instalação de dispositivos que podem ser manipulados de forma remota através da conexão com a internet. Até poucos anos atrás, esse conceito poderia parecer ficção, uma ideia possível somente em filmes e animações na televisão ou no cinema.

Contudo, hoje em dia, a casa dos Jetsons – família futurista que protagoniza a animação homônima criada na década de 1960 – está cada vez mais real e também mais acessível: pode ser facilmente a casa dos vizinhos ou, por que não, a sua própria casa. As grandes indústrias de tecnologia da informação e de eletrônicos encontraram na arquitetura, sobretudo a residencial, um amplo mercado capaz de absorver os novos mecanismos desenvolvidos.

Com isso, soluções práticas para demandas do dia a dia começaram a surgir nas prateleiras de lojas especializadas e a aprovação do consumidor quanto à aplicação e uso desses dispositivos tornou-se cada vez maior, configurando-se como tendência global.

Além dos tradicionais propósitos de novas tecnologias (associados à promoção de facilidades em indústrias, ou à prevenção de acidentes e segurança de moradores em suas casas) a internet das coisas (IoT) vem transformando lares em casas inteligentes.

Como a internet das coisas coloca sua casa nas palmas da sua mão?

Os primeiros passos em direção a casas inteligentes foram dados pela habilidade de controlar dispositivos de forma remota, por infravermelho, Bluetooth ou Wi-Fi. Atualmente, a internet das coisas se tornou algo muito mais amplo e complexo, não se limitando à interação entre morador e dispositivo, mas permitindo o desenvolvimento da comunicação e interconexão entre diferentes equipamentos domésticos.

Basicamente, a internet das coisas transformou as casas em sistemas inteligentes a partir do momento em que elementos tradicionais da arquitetura e do dia a dia residencial, como sistemas de iluminação, janelas e portas, televisores, aparelhos de som, condicionadores de ar e geladeiras, se tornaram dispositivos conectados em rede, compondo um sistema integrado possível de ser controlado remotamente. Esses dispositivos inteligentes dispõem de sistemas eletrônicos e sensores mecânicos extremamente eficientes comandados pela voz ou por controles virtuais, principalmente em aplicativos instalados nos smartphones, podendo estabelecer a comunicação entre si. Por exemplo, uma geladeira inteligente pode monitorar quantas caixas de leite estão estocadas e comunicar ao morador, por meio de aplicativo instalado no smartphone, quando o estoque baixar além da quantidade mínima configurada como padrão.

Sejam geladeiras, ou sistemas de alarmes, é cada vez mais comum encontrar pelo menos um1 dispositivo inteligente conectado à internet em qualquer residência unifamiliar, sendo esse setor detentor de um potencial de crescimento gigantesco, algo que já se provou no mercado. Amazon, Google, Apple, Bosch são alguns exemplos de multinacionais que apostam alto no futuro das casas inteligentes.

8 benefícios e vantagens da tecnologia residencial para uma casa inteligente

1. Entretenimento e diversão

O mercado de entretenimento eletrônico disponibiliza hoje smart-tvs e sistemas de som com design moderno – ocupando menos espaço e dispensando instalações complicadas. Os modelos atuais incluem mecanismos de busca por comando de voz, integração com sistemas de música ambiente, compatibilidade para sistemas de climatização e monitoramento eletrônico; tudo em alta definição para experiências de cinema dentro de casa.

2. Campainha eletrônica

Na área da praticidade atrelada à segurança residencial, os dispositivos de campainha com captação de vídeo e conexão Wi-Fi enviam as imagens direto para os smartphones dos moradores, estando eles em casa ou não. Algumas versões disponibilizam áudio e microfone, permitindo interação em tempo real com o visitante. Outra funcionalidade útil é o recurso de gravação, que transforma a campainha em um dispositivo de monitoramento eletrônico e torna possível a consulta a imagens gravadas, aumentando a segurança residencial.

3. Vigilância e monitoramento remoto

Os sistemas de segurança residencial, com sensores de alarmes e recursos audiovisuais para monitoramento remoto em tempo real, dispõem hoje de recursos de altíssima tecnologia com benefícios tanto para uso externo quanto interno. Como já são tradicionais no mercado, os sensores de presença e movimento integrados a dispositivos de alarme, sirene e iluminação de emergência desempenham um papel importante na prevenção de invasões. Contudo, o uso interno desses recursos de segurança vem crescendo conforme se torna mais possível o monitoramento por áudio e vídeo de toda a área interna da residência, uma facilidade muito bem-vinda seja para quando a casa está vazia, ou para monitorar crianças e adolescentes – ou animais de estimação – assegurando de forma geral que está tudo em ordem na residência.

4. Iluminação automatizada

A iluminação desempenha um papel central na arquitetura com relação à ambientação de cada cômodo. Por meio da iluminação, é possível criar diversas sensações e experiências em um mesmo espaço. Com a internet das coisas, existem hoje dispositivos de iluminação inteligente que permitem automatizar as luzes de uma residência para ligar ou desligar por comando de voz ou pelo smartphone. Indo além, ao instalar lâmpadas e dispositivos conectados e integrados, é possível manipular a iluminação de forma cênica e dinâmica com controle de cores, temperatura de cor e intensidade. Para um mesmo ambiente, os moradores podem configurar padrões de iluminação considerando diferentes usos, como almoço, jantar, cinema, leitura, dentre outros.

5. Automação de portas e janelas

A internet das coisas está disponível também para transformar portas e janelas em elementos inteligentes de uma residência. As possibilidades disponíveis no mercado vão desde sistemas simples de trancamento com sensores e alertas de segurança, até sistemas complexos de automação e acionamento remoto via internet, incluindo fechaduras inteligentes e leitura biométrica.

6. Limpeza e manutenção

Tarefas domésticas para limpeza e manutenção em casas inteligentes estão se tornando mais práticas e programáveis com a ajuda da internet das coisas. Robôs aspiradores limpam diferentes tipos de pisos, com sistemas de navegação precisos e baterias de longa duração. Purificadores de ar ambiente promovem o processo de filtração e eliminação de bactérias, vírus e substâncias alergênicas por meio de luz ultravioleta tipo C. Para residências com animais de estimação, o mercado já disponibiliza dispositivos autolimpantes para substituir os tradicionais tapetes higiênicos e caixas de areia.

7. Climatização inteligente e integrada

O controle de temperatura é outra opção que proporciona conforto e conveniência aos moradores da casa. Normalmente, os processos de aquecimento ou resfriamento por meio de ar-condicionado demandam tempo até atingir a temperatura agradável desejada. Além disso, os picos de consumo de energia elétrica são justamente nas fases de funcionamento contínuo, tanto para subir quanto para diminuir temperaturas. O controle automatizado da temperatura utilizando dispositivos com termostatos inteligentes permite climatizar e manter os ambientes na temperatura desejada, além de contribuírem para reduzir o consumo de energia elétrica.

8. Acessibilidade e mobilidade

A acessibilidade na arquitetura sofreu grandes impactos positivos com o desenvolvimento na tecnologia e da internet das coisas. Casas inteligentes podem contar também com elevadores residenciais ou plataformas de acessibilidade modernos, com rápida instalação e adaptáveis para residências já existentes, que além de funcionarem com sistemas de baixo consumo energético, seguros e silenciosos, são customizáveis e personalizáveis de acordo com o design da casa.

Como o futurismo e a extravagância deram lugar à independência e à autonomia?

Vantagens da tecnologia residencial

Na década de 1990, a tecnologia aplicada ao ambiente residencial estava restrita ao mercado de luxo. O pensamento dominante não a associava às ferramentas para inclusão e acessibilidade, por exemplo; mas a artigos luxuosos e extravagantes, como home theaters e subwoofers cada vez maiores, com mais polegadas e maior potência. A ideia de dispositivos inteligentes que poderiam prestar assistência aos moradores nas tarefas domésticas pertencia somente aos filmes e animações transmitidos nessas mesmas televisões.

Hoje em dia, as smart-tvs continuam cada vez maiores, cada vez mais finas, cada vez mais leves; e os sistemas de som cada vez mais realistas com ultra definição. Contudo, o desenvolvimento tecnológico abriu novas possibilidades e o futurismo e a extravagância deram lugar à independência e à autonomia.

É importante reconhecer, também, que a população mundial tem envelhecido, processo reconhecido no aumento da expectativa de vida e redução no número de nascimentos. Por isso, pensar a acessibilidade, seja em espaços públicos ou privados, tornou-se um debate cada vez mais necessário e que seja capaz de considerar o perfil dos moradores das residências.

Percebe-se, portanto, que muito além do entretenimento, as casas inteligentes, por meio da aplicação da internet das coisas, proporcionam hoje mobilidade, assistência, facilidade e segurança. Enquanto para pessoas que não possuem limitações na mobilidade os dispositivos inteligentes são praticidades e conveniências muito bem-vindas, para pessoas idosas e/ou com mobilidade reduzida esses dispositivos têm o potencial de transformar os espaços domésticos e minimizar riscos aos quais estão expostas. Garante-se, também, condições de vida mais seguras e dignas, uma vez que aumentam a autonomia e liberdade dentro de casa.