Sabe a geração Z? Ela está pronta para dominar os espaços de trabalho, incluindo a arquitetura. Mas o que será que isso significa para o futuro?
A geração Z, nascida entre 1996 e 2012, está se preparando para entrar no mercado de trabalho e já começa a causar transformações significativas na cultura de trabalho e no uso de tecnologias. De acordo com o censo americano de 2020, a geração Z já representa uma pequena parcela da força de trabalho em atuação. Estima-se que essa parcela triplique até 2025.
Uma coisa importante a ser dita sobre a geração Z é que ela se difere das anteriores em muitos aspectos. Nesse sentido, o aumento dos profissionais dessa geração acarreta mudanças, tanto dos espaços físicos quanto das culturas de trabalho, cada vez maiores.
Neste artigo, vamos falar um pouco sobre como a geração Z pode transformar o campo da arquitetura. Contudo, primeiro, cabe discutirmos brevemente como são as pessoas dessa geração.
Geração Z: conectividade e consciência ambiental
Uma das principais características da geração Z é a conectividade a todo momento e em todo lugar. Os millenials, também conhecidos como geração Y, foram aqueles nascidos entre os anos 80 e o início dos anos 90, que cresceram num mundo que se tornava cada vez mais digital.
Enquanto os millenials foram aprendendo com o tempo a lidar com tecnologias como a internet e telefones celulares, a geração Z já nasceu num mundo conectado, onde a informação está sempre disponível. Eles também são conhecidos por serem a geração mais preocupada com o meio ambiente e empenhada em criar um futuro sustentável.
Estima-se que a geração Z passe cerca de nove horas por dia consumindo mídia, seja através de notebooks ou smartphones. Isso significa que viver conectado, consumindo e acessando informação a todos os momentos, é o status quo da geração Z.
Impactos da geração Z na cultura de trabalho
A geração Z busca um ambiente de trabalho colaborativo e flexível, onde possam interagir com colegas e ter liberdade para produzir onde e quando quiserem. Empresas precisam se adaptar a essa cultura de trabalho para atrair e reter talentos dessa geração.
Essa geração busca espaços de trabalho que promovam a colaboração e a criatividade, com flexibilidade para trabalhar de forma remota ou em espaços compartilhados. Alguns exemplos de projetos que refletem essas tendências são:
WeWork
A empresa americana de espaços compartilhados oferece ambientes de trabalho modernos e flexíveis para startups, freelancers e empresas em crescimento. Os espaços da WeWork são projetados para incentivar a colaboração e a criatividade, com áreas de convivência e espaços compartilhados para eventos e reuniões.
The Edge
Um edifício de escritórios em Amsterdã, na Holanda, projetado para ser o edifício mais sustentável do mundo. O prédio utiliza tecnologia de ponta para reduzir o consumo de energia, além de oferecer um ambiente de trabalho moderno e colaborativo.
Google Campus
P campus do Google em Madri, na Espanha, é um exemplo de espaço de trabalho moderno e inovador. O campus possui áreas de convivência ao ar livre, com jardins e espaços de lazer, além de áreas de trabalho flexíveis e espaços compartilhados para eventos e reuniões.
The Commons
Um projeto de habitação estudantil em Melbourne, na Austrália, que valoriza a sustentabilidade e o design moderno. O edifício possui espaços compartilhados para estudo e convivência, além de uma horta urbana e um telhado verde.
Assim, podemos ver como o estilo e a personalidade da geração Z podem transformar alguns aspectos importantes das culturas de trabalho. Mais especificamente, como será que essa geração mudará o campo da arquitetura? Como a área acomodará esses profissionais? Vejamos na próxima seção.
Tendências da geração Z na arquitetura
A geração Z está transformando a arquitetura com suas demandas por design moderno, sustentável e funcional, que atenda suas necessidades e estilo de vida. Eles são conectados, ágeis e colaborativos, e isso está influenciando a maneira como projetos são concebidos e desenvolvidos.
Um exemplo dessa mudança é a crescente adoção da arquitetura digital, com arquitetos incorporando tecnologias como inteligência artificial, realidade aumentada e modelagem 3D em seus projetos. Essas tecnologias possibilitam a criação de experiências mais imersivas e realísticas, permitindo que a geração Z participe ativamente do processo criativo.
Outro exemplo é o aumento da preocupação com a sustentabilidade e o meio ambiente, algo que é muito valorizado pela geração Z. Projetos como o “The Crystal” em Londres, que é uma estrutura altamente sustentável com um telhado de painéis solares e ventilação natural, são exemplos do tipo de edifício que a geração Z valoriza.
A geração Z também está levando a arquitetura para o mundo dos jogos eletrônicos, com arquitetos trabalhando no desenvolvimento de paisagens e cenários realísticos para esses jogos. O jogo “The Witness”, de 2015, é um exemplo desse tipo de projeto, com arquitetos colaborando no desenvolvimento dos cenários do jogo.
Em suma, a geração Z está impulsionando a arquitetura em direção a uma maior inovação, conectividade, sustentabilidade e flexibilidade. À medida que essa geração se torna cada vez mais presente no mercado de trabalho, podemos esperar ver mais mudanças emocionantes na maneira como a arquitetura é projetada e construída.
Sustentabilidade e a geração Z
O fato de a geração Z estar ligada nas questões ambientais também oferece à arquitetura a possibilidade de mudanças. Isso porque, através de plataformas como o TikTok, por exemplo, as pessoas dessa geração conseguem levar a um grande público discussões importantes, como uma urbanização mais sustentável, por exemplo.
Cabe também lembrar que o campo das construções é responsável por cerca de 40% das emissões de gases de efeito estufa na atmosfera. A consciência ambiental da geração Z será definitivamente um fator importante na diminuição dessa quantidade.
No setor da construção civil, eles terão um papel fundamental na adoção de práticas verdes. Profissionais da arquitetura natural e biomimética, por exemplo, já estão empenhados nisso. É o caso do canadense Jamie Miller. Ele foi contratado pela B+H com o intuito de auxiliar o escritório a desenvolver designs mais verdes.
Inovação
Além desses pontos, a inquietude característica da geração Z também se traduz, na arquitetura, como uma tendência a trabalhar fora da área, porém ainda aplicando os conhecimentos do campo.
Rustam Kungurov, por exemplo, é um arquiteto que, desde 2009 em conjunto com sua irmã, tem utilizado sua expertise na arquitetura na confecção de bolos! Rustam, até o momento, já colaborou com marcas como Spotify, Nike e Adidas.
No Instagram, Rustam porta diversos vídeos mostrando suas criações e o processo de desenvolvimento delas.
Como pudemos ver, a geração Z está pronta para levar a arquitetura ao futuro – um futuro mais verde, mais conectado e mais colaborativo. A forma como interagem com a tecnologia traz muitos benefícios para os espaços de trabalho, e certamente esses jovens profissionais terão a capacidade de mudar não só suas áreas, mas o mundo como um todo.
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