Alguns dos principais centros urbanos do mundo estão preocupados com as questões ambientais urgentes e 2022 revelou diversas ações de sustentabilidade que podem nos ajudar a planejar cidades ambientalmente conscientes.

Dos inovadores Gêmeos Digitais nos Estados Unidos às ações de apoio à biodiversidade e redução de emissão de carbono na Inglaterra, o mundo está aliando o planejamento urbano a tecnologias de ponta enquanto tenta descobrir como as mudanças climáticas vão afetar a vida nas grandes cidades.

Hoje, cerca de 55% da população mundial vivem em áreas urbanas. Então a urbanização e o planejamento a longo prazo são essenciais para gerenciar e mitigar o impacto das mudanças climáticas.

Arquitetos, engenheiros e construtores estão apostando em abordagens multidisciplinares que podem responder às necessidades do meio ambiente e adaptar os grandes centros às mudanças climáticas. Descubra como:

Bee Bricks: aposta de sustentabilidade e apoio à diversidade na cidade de Brighton.

Bee Bricks: aposta de sustentabilidade e apoio à diversidade na cidade de Brighton

Brighton, no Reino Unido, aprovou uma ação de planejamento exigindo que qualquer novo edifício que tenha mais de cinco metros de altura inclua caixas rápidas e Bee Bricks na construção como medidas de apoio à biodiversidade na cidade.

Proposta inicialmente em 2019, a medida apoiaria os animais polinizadores – como as abelhas – e restauraria o equilíbrio da biodiversidade.

Os Bee Bricks, ou tijolos de abelhas, são tijolos especiais de material reciclado com furos que poderiam proteger as abelhas solitárias – que são muito comuns na região – e fornecer espaços de nidificação e hibernação para os insetos.

Os tijolos de abelha terão impactos reais à biodiversidade?

No entanto, os cientistas alertaram que essa ação pode não gerar impactos reais para a biodiversidade, com alguns deles indicando que os tijolos de abelhas podem atrair ácaros e incentivar a propagação de doenças caso os buracos não sejam higienizados adequadamente.

Enquanto pesquisadores tentam entender se essa intervenção urbana pode ter consequências indesejadas e riscos a longo prazo, outros especialistas defendem que a ideia é um bom ponto de partida para medir o impacto dos Bee Bricks no equilíbrio da biodiversidade.

Central Park Climate Lab: estudando estratégias de adaptação às mudanças climáticas em Nova Iorque.

Central Park Conservancy

Foto: Courtesy of the Central Park Conservancy

Nos Estados Unidos, a The Central Park Conservancy, a Yale School of the Environment e a Natural Areas Conservancy se uniram para transformar o icônico Central Park de Nova York em um laboratório para estudar estratégias de adaptação e mitigação às mudanças climáticas.

Com as temperaturas subindo em todo o mundo e não mostrando sinais de desaceleração, os parques urbanos do futuro sofrerão com secas severas, inundações, calor extremo e fortes tempestades de neve.

O Central Park já está equipado com sensores de precipitação mantidos por um pequeno grupo de arquitetos paisagistas, tornando-o um local ideal para coletar dados sobre mudanças climáticas e experimentar técnicas de adaptação.

Esses insights serão trabalhados para o desenvolvimento de ferramentas que, eventualmente, serão implementadas e utilizadas em todo o país, entendendo melhor como os parques urbanos podem ser usados para criar um futuro mais verde para todos.

Las Vegas está desenvolvendo um Digital Twin para medir a emissão de carbono de áreas construídas.

Enquanto algumas cidades estão se concentrando na ecologia, outras estão usando a tecnologia para melhorar o ambiente construído.

Las Vegas está trabalhando na criação de um Gêmeo Digital, juntando-se à Los Angeles e Phoenix nos esforços para analisar e minimizar as emissões líquidas de carbono.

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O gêmeo inicial funcionará como uma representação digital de edifícios, sistemas de transporte e infraestrutura do centro de Las Vegas, alimentada por dados da Internet das Coisas (IoT) transmitidos por sensores em redes 5G. Mas o objetivo de longo prazo é ainda maior.

O gêmeo digital será conectado à cidade real.

Isso significa que o que está acontecendo na rua, a rede elétrica, a qualidade do ar e muitos outros fatores serão carregados no Gêmeo Digital em tempo real. Em última análise, isso permitirá que a própria cidade assuma o controle.

O projeto apresenta 7 quilômetros quadrados do centro de Las Vegas, construídos com base em dados locais da cidade. O Gêmeo Digital também ajudará a cidade a avaliar o impacto de novos desenvolvimentos e construções em termos de emissões de carbono, na gestão da água e nos impactos da mobilidade.

Os resultados? Em pouco tempo conheceremos novas ações de sustentabilidade desenvolvidas pela cidade baseadas nos dados coletados e processados pelo Gêmeo Digital, não é demais?

Qualquer nova tecnologia e formato leva tempo para ser desenvolvido, mas nossos líderes estão percebendo que os esforços de sustentabilidade são importantes para as cidades.

Em pouco tempo, tecnologias como o Gêmeo Digital se tornarão úteis para analisar e melhorar estradas, sistemas de esgoto, iluminação pública e mais enquanto respondemos aos desafios atuais em sustentabilidade.