O crescimento dos grandes centros urbanos tem aumentado a demanda por soluções de obras de infraestrutura para prevenção de alagamentos, crises de energia e água, decadência das redes físicas, entre outros aspectos – o que exige projetos de construção e gestão mais eficientes. Essa necessidade impõe aos profissionais da engenharia civil e arquitetura o conhecimento sobre a integração de tecnologias para reorganizar o ambiente urbano quanto à variedade de serviços atendendo as exigências econômicas, culturais e sociais.

É interessante perceber como a tecnologia pode melhorar as decisões de planejamento e design promovendo a idealização de cidades inteligentes com infra estrutura resiliente, ou seja, que suporta condições adversas mantendo-se o uso da estrutura durante o ciclo de vida útil.  E é incrível notar como a transposição de dados entre GIS (Geographic Information System) e BIM (Building Information Modeling) pode influenciar nas decisões de uma construção que melhore o panorama econômico e social da sociedade.

Integração entre GIS e BIM

Com o entendimento de que a integração entre GIS e BIM é importante para planejar e projetar infraestruturas inteligentes observa-se que os softwares (GIS e BIM) são eficientes à gestão das etapas da construção desde a concepção do projeto. Mas para entender melhor o desempenho das ferramentas GIS e BIM e como elas podem colaborar na eficiência no desenvolvimento do projeto é preciso compreender a dinâmica do processo.

No Blog da AutoDesk Brasil, o CEO da empresa, Andrew Anagnost, resumiu objetivamente como a combinação das tecnologias GIS e BIM funciona: “A parceria com a Esri destina-se a combinar o poder do mapeamento BIM e GIS, o que permitirá que nossos clientes compartilhados construam qualquer coisa, em qualquer lugar. Nossos objetivos são fornecer aos planejadores da indústria e da cidade a capacidade de projetar no contexto do mundo real. Isso permitirá às comunidades construir cidades mais conectadas e resilientes com uma infraestrutura sustentável.”

A afirmação confirma que a integração entre GIS e BIM permite a evolução do projeto numa ambientação do mundo real, tornando o processo construtivo e as operações mais eficazes.

Minimizando os dados entre GIS e BIM

O GIS (Geographic Information System) é formado por hardwares (plataformas computacionais), dados (informações) e softwares (sistemas vinculados, programas e módulos) e o BIM (Building Information Modeling), traz o detalhamento do modelo da construção em realidade virtual.

É preciso notar que os dados entre as fases de um projeto no período do ciclo da obra podem ser perdidos durante a movimentação de informações entre sistemas de softwares que reconhecem apenas os conjuntos de dados daquele sistema. Essa realidade promove atraso na identificação de uma das etapas já realizadas, por exemplo, porque deve ser recriado manualmente produzindo retrabalho.  A conexão entre GIS e BIM minimiza a perda desses dados entre os sistemas e torna o projeto e a construção mais inteligente permitindo a criação de um modelo de design 3D vinculado a dados geoespaciais coordenados pelo GIS.

No entanto, para obter mais eficiência no planejamento das condições do entorno com estruturas de mobilidade (estradas, pontes, aeroportos, entre outros, é necessário incorporar mais um recurso ao projeto: o SIG (Sistemas de Informação Geográfica).

GIS, BIM e SIG

O SIG (Sistemas de Informação Geográfica) auxilia em análises de macro a micro regiões já que opera em escalas por País, cidade e região nas questões socioambientais. É usado por profissionais envolvidos na área de planejamento, avaliações, geotecnologias e meio ambiente. O SIG aliado ao GIS que traz recursos para análises espaciais como áreas propensas a inundações, por exemplo, à tomada de decisão mais precisa no gerenciamento das estruturas e ao BIM que projeta a estrutura física, forma uma “equipe tecnológica” eficiente à gestão completa de uma construção.

A integração do GIS e BIM resulta na movimentação de informações e elimina a redundância de dados trazendo um panorama geoespacial com melhores resultados nos projetos e baixo custo. As informações guardadas na nuvem permitem a possibilidade de gerenciamento do projeto por parte da equipe de qualquer lugar e é possível fazer ajustes em todas as fases da construção sem a necessidade de conversão de dados o tempo todo.

O intercâmbio de dados entre o BIM/CAD e as informações geográficas ou geoespaciais do SIG fornecem dados relevantes para ampliar a resiliência e a vida útil de novas estruturas como estradas e pontes eliminando os riscos no momento de projetar e construir, já que envolve o tempo das fases de planejamento e licenciamento dessas obras. Da licitação às licenças necessárias, há um longo caminho na projeção de um projeto rodoviário, por exemplo. E quando o SIG, CAD e BIM estão unidos é possível eliminar eventuais erros e otimizar a operação como um todo. Portanto, conectar os sistemas GIS, BIM e SIG preserva os dados, que podem ser usados durante todo o ciclo de vida da estrutura e direciona às melhores decisões de projetos à indústria da construção para infraestruturas importantes à segurança e qualidade de vida das pessoas nas cidades.