Planejamento e contratações na construção civil

O planejamento no controle das obras na construção civil é necessário para o acompanhamento do projeto prevendo ações com garantia de preço, prazo e qualidade através do monitoramento dos métodos construtivos desde a fase do orçamento a cada frente de trabalho. O objetivo é garantir de forma mais efetiva a eficiência na execução do projeto evitando problemas de atraso e o desgaste da imagem da empresa perante clientes e colaboradores. Por isso, é muito importante executar a integração entre planejamento e contratações na construção civil.

Entenda como planejar e controlar a obra de maneira mais eficiente em 5 passos!

1. Estudo de viabilidade – Um orçamentista participa intensamente desta fase de estudo de viabilidade fornecendo informações precisas sobre a análise de caixa pra cobrir custos operacionais com equipamentos e ferramentas, fundação, preparação de terreno, contratação de mão-de-obra, taxa de remuneração da construtora, custos dos projetos arquitetônico, estrutural, elétrico, hídrico, além de prevenções ambientais e contra incêndio. Nesta lista do estudo de viabilidade, ainda entram os custos de regularização e licenciamento da obra, opções de financiamento e pagamento, orçamento da obra, cronograma, cálculo de retorno do investimento além do planejamento de vendas. Esse conjunto de ações pode ser resumido numa planilha de gestão de custo de obras.
2. Orçamento da obra – o orçamento da obra inclui a lista de materiais, mão de obra, equipamentos, verbas necessárias, leis de segurança e medicina do trabalho, em que se podem prever imprevistos durante a execução da obra e na organização das operações.
3. Planejamento – o planejamento é a etapa onde é possível antecipar falhas na execução da obra evitando imprevistos ao mesmo tempo, que se reduz os custos da obra. O planejamento envolve um detalhado cronograma das etapas da obra e da parte financeira, ferramentas e maquinário que serão utilizados, planejamento do canteiro de obras, definição detalhada do projeto e as possibilidades de financiamento.
4. Gestão operacional – o controle dos serviços que serão executados é fundamental à organização e logística de uma obra para evitar atrasos e possíveis acidentes. Nesta fase surge a organização do canteiro de obras, o fluxo de materiais e pessoas no local, a quantidade de instalações necessárias à melhor produtividade, a seleção de equipamentos para transporte, além da observância das normas regulamentadoras de segurança na construção civil.
5. Foco no planejamento – Não adianta realizar planejamento sem seguí-lo de forma mais rigorosa das etapas do projeto até a finalização da construção. Por isso, nesta fase será necessário que planejadores e gestores estejam preparados e capacitados para acompanhar todo o projeto por meio de metodologias de planejamento e controle no cumprimento das metas a serem alcançadas. Entre as ferramentas usadas para metodologia de planejamento e controle está o conhecido PDCA.
   • PDCA (Plan do Check Act): o PDCA serve para planejar e implementar objetivos estabelecidos, controlar, medir e monitorar as etapas da construção com a melhoria do desempenho de todas as ações gerando constantes atualizações do projeto adequando-os a cada situação prática no processo da obra.
   • Tempo-caminho: Outra técnica utilizada é a metodologia tempo-caminho, que significa a repetição de tarefas em cada unidade do canteiro de obras imprimindo um ritmo ao trabalho com foco no aumento da produtividade, detecção de falhas, programação de mão de obra e maquinário preservando o emprego de recursos. O método tempo-caminho garante a conclusão do projeto no tempo previsto.
   • Lean Construction ou Lean Thinking (pensamento enxuto): o nome não poderia ser mais apropriado. O Lean Construction é uma ótima ferramenta de planejamento e gestão para inspeção e eficiência nos prazos e produtividade dos processos na construção civil adaptando a tradicional metodologia de conversão às atividades de fluxo e critérios de valor considerando requisitos tanto dos clientes finais como internos. O Lean entende a produção como um fluxo e o objetivo é melhorar o desempenho das atividades que agregam valor (transporte e processamento) e reduzir as que não agregam como espera e inspeção. O modelo propõe transformar insumos (informações e materiais) em produtos intermediários (revestimento e estrutura) e a entrega da obra. Empreendimentos com a equação de fundos baseada em receitas de vendas, por exemplo, interfere nos prazos da obra. O sistema lean, neste caso, corrige problemas de ociosidade nas etapas de produção para que sejam ajustadas a uma determinada realidade com a eliminação de atividades que não agreguem valor.

E a integração entre planejamento e contratações?

A integração entre planejamento e contratações na construção civil é fundamental para corrigir eventuais desgastes de comunicação entre os departamentos de engenharia e a administração financeira do contrato do projeto estabelecido.  O objetivo é eliminar prejuízos financeiros durante as fases da construção da investigação do terreno passando pelo planejamento ao fim da execução da obra.

Imagine que um escritório acima de 100 funcionários com departamentos (diretoria, planejamento, vendas, compras, RH, administração) e equipes de trabalho de campo (gestores de obras, encarregados, mestre de obra), além de fornecedores terceirizados para escavação, demolição, fundações, estruturas e acabamentos em geral.  Todas as etapas do planejamento destacadas aqui devem ser colocadas em prática em todos os níveis do escopo do projeto incluindo sondagem do local, atribuições da construtora, critérios para reajuste de preços, serviços, contrato com fornecedores, garantia de entrega dos serviços e sistema para contratação e pagamento de colaboradores e fornecedores considerando os sistemas construtivos adotados.

Como a falta de integração entre planejamento e contratações impacta na sua obra!

Desperdício de materiais: o desperdício de material além de afetar os custos atrasa a entrega de obra.

Conflito de projetos: escritórios diferentes podem construir projetos gerando incompatibilidade entre eles, o que vai impactar os custos da obra do início ao fim gerando despesas extras no momento de execução da construção.

Documentação: irregularidades nos documentos geram paralisação da obra. É preciso uma gestão eficiente de controle de acordo com instruções normativas voltadas à segurança e qualidade pertinentes ao modelo construtivo escolhido.

Déficit nas contratações: a mão de obra contratada deve estar capacitada para evitar inconformidade nos processos da construção. Neste caso, gestores responsáveis devem escolher fornecedores especializados que atendam os prazos do escopo do projeto garantindo qualidade no produto final.

Carência de mão de obra: Insuficiência física ou intelectual não pode existir quando é preciso executar um serviço especializado sob o risco de retrabalho e má qualidade. Treinamento em equipe e capacitação soluciona essa questão da carência da mão de obra especializada.

Lacunas no planejamento: qualquer falha no planejamento compromete toda a cadeia de uma obra trazendo desequilíbrio financeiro além de prejuízos à imagem da construtora.

Gerenciamento: gerenciar a construção exige comprometimento na identificação, análise, monitoramento e desenvolvimento de respostas a possíveis riscos prevendo impactos negativos com o aumento a produtividade otimizando tempo, recursos humanos e financeiros no prazo definido com a entrega da obra feita de acordo com as especificações contratadas no escopo da concepção ao produto final.

Portanto, a integração entre o planejamento e os contratos numa construção se configura como um conjunto de soluções adotadas na rotina de uma obra cujo planejamento aliado a contratações de serviços, mão de obra e materiais deve evoluir em conjunto para atingir os propósitos do modelo construtivo desejado.