O setor que mais consome recursos naturais e utiliza energia de forma intensiva, somados a geração de resíduos sólidos e gasosos gerando impactos ambientais consideráveis é a construção civil. Estima-se que mais de 50% dos resíduos sólidos gerados pelo conjunto de todas as atividades humanas sejam resultantes da indústria da construção, aponta o Conselho Internacional da Construção (CIB). Esses aspectos ambientais acrescidos a necessidade de qualidade de vida, impõe a criação de mais projetos sustentáveis que contemplem o desenvolvimento consciente na relação entre construção e meio ambiente.

Nesse sentido, a prática arquitetônica e urbanística direciona-se a metodologias e procedimentos para evitar o desperdício energético das edificações através do uso de matérias-primas renováveis, da adequação topográfica e bioclimática das estruturas, além de elevar o desempenho da edificação durante a vida útil.

Entenda o conceito da arquitetura sustentável!

A sustentabilidade aplicada à questão urbana é a chamada arquitetura sustentável, também conhecida como arquitetura verde ou ecoarquitetura, que prevê eficiência energética, a correta especificação dos materiais, a proteção da paisagem natural, o planejamento territorial, além do reaproveitamento de materiais conferindo-lhes novo uso. Em poucas palavras, que atenda as necessidades das pessoas, respeite o planeta e seja economicamente viável.

Apesar dos dados alarmantes da produção de resíduos na indústria da construção, o Brasil é o quarto País em quantidade de obras certificadas atrás apenas dos Estados Unidos, China e Emirados Árabes, apontam dados do Green Building Council Brasil (CBC).

Linhas da arquitetura consciente

Para resolver as exigências ambientais, profissionais em arquitetura adotam linhas complementares de atuação com técnicas de reuso ou materiais locais não-esgotáveis e soluções tecnológicas em projetos inteligentes, que causem menor impacto ambiental, baixo custo de execução e manutenção aliado ao conforto.

A arquitetura sustentável supõe quatro categorias de projetos: suporte (quando está adequado e integrado às características naturais do terreno); provisão ( quando não impacta o meio ambiente com resíduos); regulação (quando atua com materiais renováveis como pavimentos permeáveis, sistemas de micro-drenagem, projetos de arborização, paisagismo, entre outros) e culturais (criação de espaços de lazer, contemplação, públicos ou privados integrados ao meio ambiente).

Projetos sustentáveis favorecem a imagem, valorizam a construção, aumentam a produtividade enquanto diminui o risco de saúde ao usuário, reduzem o custo operacional, geram novos negócios conscientes, o que traduz na satisfação do arquiteto em colaborar, transformar e participar da construção de um patrimônio social, econômico e ambientalmente correto.