Com mesas para piqueniques em família: Parque Estadual da Cantareira (Alexandre Battibugli/Veja SP)

CIRCUITO DAS CACHOEIRAS

Ao lado da Rodovia Fernão Dias, é possível se aventurar no Núcleo Engordador do Parque Estadual da Cantareira. Na região, onde antigamente funcionava uma fazenda para engorda de gado, as diversões são variadas. Mesas para piquenique concentram famílias em meio à natureza, e elas aproveitam para conhecer a Casa da Bomba, museu repleto de equipamentos do século passado, quando a Represa do Engordador, hoje uma das estrelas do núcleo, era usada para abastecer a cidade. As duas principais atrações consistem nas trilhas. Para aquecer, comece na Trilha do Macuco, de 746 metros. São quarenta minutos tranquilos, com sobe e desce, esquivas de troncos de árvores e pequenas pontes sobre um cristalino riacho. Mais emocionante, a Trilha da Cachoeira tem 3 quilômetros e apresenta três quedas-d’água no percurso. Sem pressa, o passeio dura uma hora e cinquenta minutos e é recomendado a todas as idades. A primeira queda, a Cachoeira do Tombo, conta com uma lagoa para os visitantes se refrescarem. Em seguida, surge a Cachoeira do Engordador, onde é possível colocar a cabeça no fluxo d’água. A última, a Cachoeira do Véu, se mostra a mais tranquila para um banho, com poucos malabarismos para entrar na água (gelada!). Cautela ao se refrescar: sem apoio, é fácil escorregar no musgo. Leve comida e bebida, porque não há lanchonete no parque e existem poucos comércios por perto. Não se esqueça do repelente!

  • Quando: Sábado, domingo e feriados, 8h às 17h
  • Onde: Estrada Particular da Pedreira, 250. Estacionamento incluso
  • Quanto: Ingresso por 15 reais — pagamento somente em dinheiro; parque estadual que ainda desconhece a comodidade das maquininhas

720 metros em um caminho pavimentado e cercado por árvores nativas (MAURÍCIO VILELA/Instagram @soudroneiro / Reprodução/Veja SP)

BOTÂNICO PAULISTANO

Quase tão bonito quanto o do Rio de Janeiro, o Jardim Botânico de São Paulo, na Zona Sul, é um espetáculo natural. Fundado em 1938, o parque tem cerca de 360 000 metros quadrados e oferece vastos gramados para descanso, prática de ioga e piquenique, em um ambiente cercado por uma área preservada de Mata Atlântica. Não estranhe a quantidade de visitantes fazendo ensaios fotográficos por ali. O espaço é repleto de trilhas pelas quais se pode passear sem a ajuda de um guia. Uma delas vai até a nascente do Riacho do Ipiranga, às margens do qual dom Pedro I proclamou a independência, em 1822. São 720 metros em um caminho pavimentado e cercado por árvores nativas. Com sorte, é possível avistar algumas espécies da mata, como periquitos e bugios. As crianças vão à loucura ao deparar com as construções antigas por lá, nas quais é permitido entrar para explorar.

  • Quando: Terça a domingo, 9h às 17h
  • Onde: Entrada pela Avenida Miguel Stéfano, 3031, Água Funda. Estacionamento por 15 reais
  • Quanto: Ingresso por 10 reais

Piquenique, corridas ao redor dos lagos e dança, são algumas das atividades para aproveitar (Alexandre Battibugli/Veja SP)

NÃO FALTA SOMBRA

Dois belos lagos, a residência de verão do governador de São Paulo e ar puro. No Parque Estadual Alberto Löfgren, ou Horto Florestal, são 350 000 metros quadrados para passar horas observando esquilos, capivaras, garças e tartarugas. Mesmo em dias quentes, a temperatura cai em suas dependências, com muita sombra das altas copas da vegetação. Na ponta norte do endereço, partindo da entrada principal, pode-se encontrar uma concentração de eucaliptos com mais de 30 metros de altura, estender uma canga e aproveitar a tarde. Piquenique, corridas ao redor dos lagos e dança estão entre as atividades preferidas dos frequentadores, além das quadras esportivas. Aos interessados em botânica, na Trilha do Descobrimento, dá para conhecer 500 árvores. Todas possuem um QR Code, com acesso a um link que registra ano de plantio, espécie, crescimento e quanto de CO2 foi captado pelas folhas.

  • Quando: Segunda a domingo, 6h às 18h
  • Onde: Rua do Horto, 931, Horto Florestal. Estacionamento gratuito
  • Quanto: Entrada gratuita

Acessibilidade para todos, com elevadores, rampas e descritivos em braile (Divulgação/Divulgação)

FLORESTA SUSPENSA

Uma trilha erguida a 10 metros de altura proporciona uma experiência diferente a quem deseja conhecer a Mata Atlântica por outra perspectiva: do alto, pela copa das árvores. A passarela é a principal atração do Parque Ecológico Imigrantes. É um lugar perfeito para levar crianças e adolescentes curiosos, por oferecer a eles a chance de participar de uma verdadeira aula de biologia a céu aberto.

Passarela com 1,5 quilômetro de trilha através da floresta (Divulgação/Divulgação)

Ao longo do caminho, dois guias do parque apresentam várias espécies nativas da mata, sempre convidando os visitantes a interagir. Além da passarela, o parque conta com 1,5 quilômetro de trilha através da floresta. O passeio todo dura cerca de duas horas e meia. A acessibilidade é um ponto forte. Elevadores, rampas e placas em braile permitem que pessoas com deficiência aproveitem ao máximo um contato mais próximo com a natureza. Importante: leve água e não se esqueça de passar repelente.

  • Quando: Terça a quinta, 9h às 12h
  • Onde: Acesso pelo posto de gasolina, no quilômetro 34 da Rodovia dos Imigrantes
  • Quanto: Entrada gratuita, mediante agendamento pelo site parqueecologicoimigrantes.org.br

Primeira via pavimentada que ligava São Paulo ao litoral (Adriana Mattoso/Divulgação)

CAMINHO HISTÓRICO

Uma atração voltada aos apaixonados por história, construída no fim do século XVIII com pedras do fundo de rio, a Calçada do Lorena, no Parque Estadual Serra do Mar, foi a primeira via pavimentada que ligava São Paulo ao litoral. A trilha é dividida em quatro trechos, dos quais apenas um, de 200 metros de extensão, está aberto para visitação (os demais passarão por revitalização). A graça do passeio está em respirar o ar puro enquanto se refaz o caminho feito por dom Pedro I, para proclamar a independência do Brasil, em 1822. Outro ponto alto é o visual antes de chegar à calçada. O visitante percorre um trecho de 4 quilômetros pela estrada velha de Santos, passando por monumentos históricos, como o Rancho da Maioridade, construído entre 1841 e 1846, onde funcionava um ponto de reabastecimento para quem viajava para a cidade litorânea naquela época. Agendamento pelo telefone 2997-5000 (ramal 365).

  • Quando: Terça a domingo, 8h às 17h
  • Onde: Acesso pela Estrada Caminho do Mar (SP-148), no quilômetro 42
  • Quanto: 32 reais para adultos; crianças até 12 anos e idosos não pagam

4,5 quilômetros de trilha pesada pelas entranhas da Mata Atlântica (Ricardo Chapola/Veja SP)

ADRENALINA E REFRESCO

Para quem curte um clima de aventura no meio do mato, este passeio no Parque Estadual Serra do Mar é um prato cheio. São 4,5 quilômetros de trilha pesada pelas entranhas da Mata Atlântica, em que o visitante tem de superar morros escorregadios e pontes velhas sobre riachos. Pode parecer simples, mas não consiste em uma caminhada fácil — com bom preparo físico, é possível fazer o percurso em aproximadamente uma hora. As belezas naturais ajudam a esquecer um pouco as dificuldades do meio do caminho. Plantas nativas e animais da floresta, como antas e esquilos, costumam dar as caras. Ao chegar ao topo da montanha, o preço de cada passada vai ter valido a pena. Lá do alto, uma queda-d’água de 120 metros, chamada de Cachoeira da Torre, estará à espera de um visitante cansado, que poderá se refrescar nas lagoas que se formam entre as pedras antes da grande queda. Aproveite a vista e a água gelada para repor as energias para a volta: mais 4,5 quilômetros de trilha. Não tente ir nem voltar sozinho. É fundamental a presença de um guia. Leve água e lanche. Agendamento pelo telefone 2997-5000 (ramal 365).

  • Quando: Terça a domingo, 8h às 17h
  • Onde: Acesso pela Estrada Caminho do Mar (SP-148), no quilômetro 42
  • Quanto: 32 reais para adultos; crianças até 12 anos e idosos não pagam

Às margens da Represa Billings, oferece infraestrutura e verde (Marcelo Sonohara/Veja SP)

ROLÊ EM FAMÍLIA

Trilhas, espaços para piquenique, academia a céu aberto, lanchonetes… Esses são apenas alguns dos atrativos do Parque Estoril, em São Bernardo do Campo, na região metropolitana, ótima opção de passeio para levar a criançada. São 154 000 metros quadrados às margens da Represa Billings, com muito verde e infraestrutura, com praça de alimentação, teleférico e diversas áreas de descanso. Nos dias quentes, o visitante pode curtir uma parte da represa reservada para banho e supervisionada por salva-vidas. Há ainda opções para andar de caiaque, stand-up paddle e pedalinhos (25 reais por meia hora). Diversão garantida para os pequenos, o zoológico coloca o visitante cara a cara com cerca de quarenta espécies nativas da Mata Atlântica, como araras, macacos, onças, tamanduás e quatis. Aviso: é proibida a entrada de pets.

  • Quando: Quarta a domingo, 9h às 17h
  • Onde: Rua Portugal, 1100, São Bernardo do Campo. Estacionamento por 15 reais
  • Quanto: Ingresso por 3 reais

Espaço silencioso para quem quer ler ou meditar (Marcelo Sonohara/Veja SP)

COM TODOS OS SENTIDOS

O Parque Ecológico do Guarapiranga, às margens da represa de mesmo nome, concentra um oásis na Zona Sul, no bairro Riviera Paulista. Os visitantes percorrem trechos de Mata Atlântica sobre uma plataforma, que conta com bancos em meio ao silêncio — ótimo lugar para leituras e meditação. Um viveiro mantido pelos funcionários faz doação de mudas de árvores nativas, como o pau-brasil. Além das quadras esportivas e espaços para piquenique com vista para as águas, o parque realiza atividades educativas. Uma delas é a chamada Trilha da Vida, que rola nos fins de semana, mediante agendamento pelo telefone 5517-6707.

Vendados, os visitantes percorrem um trajeto de 75 metros (Marcelo Sonohara/Veja SP)

O visitante, vendado, percorre um trajeto de 75 metros em meio à vegetação guiado pelas mãos por um monitor. Sem sapatos, é possível fazer um mergulho na mata com os outros sentidos. São trinta minutos de reflexão silenciosa, com uma interessante experiência sensorial.

  • Quando: Terça a domingo, 8h às 17h
  • Onde: Estrada da Riviera, 3286, Riviera Paulista. Estacionamento gratuito
  • Quanto: Entrada franca

Publicado em VEJA SÃO PAULO de 25 de setembro de 2019, edição nº 2653.
Por Guilherme Queiroz, Ricardo Chapola