Publicado pelo Fórum Econômico Mundial, o documento Green Building Principles é o guia para a construção sustentável e verde

No último dia 13 de novembro, com um dia de atraso, a COP26 chegou ao seu fim. A Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2021, foi a 26ª conferência das partes (COP – Conference of the Parties, no original) realizada pela ONU para debater as mudanças climáticas e as respostas que podemos e devemos oferecer.

Em seu texto final, a COP26 deixou lacunas, como apontaram os principais jornais do país, sem atender aos pedidos por justiça climática e sem proposições mais incisivas para a redução de emissões de carbono, principal responsável pelo aquecimento global.

Justiça climática é o conceito utilizado para identificar o aquecimento global como uma questão ética e moral, além de ambiental.

Mesmo nesse cenário pouco favorável às pautas por mudanças, temas como o desenvolvimento de economias carbono zero têm ganhado força em outros círculos de debate, como o Fórum Econômico Mundial.

Economia sustentável e verde

O Fórum Econômico Mundial, World Economic Forum em inglês (WEF), é uma fundação que tem como propósito alinhar políticos, empresários, investidores e agentes culturais e sociais de todo o mundo, na promoção de uma agenda global para o desenvolvimento econômico.

Em 2021, no mês de outubro, o WEF publicou o documento chamado Green Building Principles, um guia para o desenvolvimento de construções verdes.

O documento pode ser acessado na íntegra neste link, mas preparamos este texto com as informações que você precisa saber para se manter atualizado.

O que são construções verdes (green building)?

Park Royal - Edifício verde em Singapura.

Park Royal – Edifício verde em Singapura.

Primeiro, antes de conhecer quais são os princípios elencados pelo WEF, é importante entender o conceito de construções verdes, ou prédios verdes.

O green building é uma corrente na construção civil que procura produzir pouco ou nenhum impacto ambiental com as novas edificações.

Como resultado de projetos que adotam os princípios verdes, começaram a surgir pelo mundo algumas construções que são chamadas como florestas verticais, ou bosques urbanos, dado a exuberante flora em suas estruturas.

Muito dependente de um planejamento minucioso de todas as etapas da construção, as construções verdes resultam, muitas vezes, em edifícios que parecem em sincronia com a natureza, seja pela adoção de paisagismo exuberante, ou pelas soluções que favorecem elementos naturais, como iluminação e chuva.

10 princípios que podem orientar a elaboração de novos projetos

Dentro dessa abordagem, o Fórum Econômico Mundial organizou 10 princípios que podem orientar a elaboração de novos projetos. São eles:

  1. Calcular de forma precisa a pegada de carbono com base em dados recentes, buscando estabelecer metas mais específicas;
  2. Estabelecer um ano como meta final para zerar as emissões de carbono, no máximo até 2050, e com redução de 50% até 2030;
  3. Manter o controle da quantidade de carbono incorporada em novos empreendimentos e reformas;
  4. Maximizar as ações para redução de carbono nos novos empreendimentos e reformas;
  5. Otimizar o uso de energia em novos empreendimentos e naqueles que já existem;
  6. Maximizar a oferta de energia renovável produzida nas construções;
  7. Garantir que toda a energia produzida fora do empreendimento seja de origem renovável;
  8. Articular as ações com fornecedores e parceiros para que também reduzam as emissões;
  9. Compensar eventuais emissões com medidas para captura de carbono;
  10. Manter-se alinhado com fornecedores e parceiros para identificar iniciativas conjuntas.

No geral, é possível organizar os princípios em 4 grupos: produção de dados, estabelecimento de metas, inovação e parceria.

Produção de dados

O WEF reconhece a importância de manter o controle e acesso aos dados relacionados às emissões.

Esse ponto torna evidente a necessidade e obrigação por parte das empreiteiras de acompanhar todo o processo construtivo, mantendo bancos de dados com as informações necessárias para reconhecer o nível de emissões, o tamanho do impacto e da pegada de carbono.

A pegada de carbono é um valor baseado no total de gases do efeito estufa que são emitidos pela atividade humana.

É importante, também, mensurar quanto de carbono é incorporado nos empreendimentos, o movimento chamado de sequestro (ou captura) de carbono.

Estabelecimento de metas

Globalmente existem diversas iniciativas que buscam estabelecer metas e datas para a conversão da economia para uma matriz sustentável e ambientalmente correta.

A ONU, por exemplo, trabalha com os Objetivos Globais de Desenvolvimento Sustentável (ODS), com meta fixada em 2030.

Em 2015, na COP21, foi firmado o Acordo de Paris, em que os países signatários estabeleceram compromissos para redução de emissões de carbono. Esse acordo ganhou muita atenção quando, em 2017, o ex-presidente dos Estados Unidos, Donal Trump, anunciou que seu país deixaria de lado os compromissos assumidos no acordo.

Historicamente, em 1997, também em uma COP, dessa vez no Japão, foi assinado o Protocolo de Kyoto, documento que estabelecia as primeiras metas para redução das emissões de carbono.

Nesse cenário de idas e vindas das ações estatais, o WEF reconhece a importância de empresas da construção civil estabelecerem seus objetivos e metas, fixando os anos de 2030 e 2050 como alvos.

Inovação

Em seus princípios, o WEF reconhece a importância de inovar no campo de produção e consumo de energia, segmento que contribui com maiores porcentagens nas emissões de gases poluentes.

Seja com a construção de centrais de geração de energia nos próprios empreendimentos, ou estimulando a produção externa limpa e ambientalmente correta, as empresas devem buscar soluções inovadoras para os edifícios.

Na lista de ações que já são colocadas em prática entram desde edificações que permitem o uso da luz natural, com recursos que auxiliam no controle da incidência de raios solares, até a implantação de placas fotovoltaicas.

Uma aplicação possível, por exemplo, é conciliar elevadores com essas placas, que se tornam responsáveis pelo fornecimento de energia elétrica de origem solar. É uma solução que a Engetax Elevadores já oferece aos seus clientes e parceiros.

Entra na lista de inovações, também, as políticas para captura de carbono. Nesses casos há o reconhecimento de que em algumas atividades a redução (ou eliminação) das emissões não é possível.

Para solucionar o problema, são realizados investimentos em outras áreas que podem reduzir a quantidade de carbono na atmosfera, como ações para o reflorestamento.

Há, ainda, a proposta de criar títulos de crédito de carbono, negociáveis em bolsas de valor, que garantam a captação de recursos para investimentos em ações sustentáveis.

Para esse mercado de crédito, as empresas, pessoas ou países, emitem certificados que atestam a redução das emissões. Um outro país pode, por exemplo, adquirir os certificados caso não tenha reduzido suas próprias emissões.

O Brasil, para especialistas da área, é um dos maiores mercados de crédito de carbono com potencial não explorado.

Parcerias

O último conjunto de princípios é o que aborda a necessidade de estabelecer parcerias.

Esse princípio parte do reconhecimento que os esforços contra o aquecimento global não podem ser individualizados – muito menos limitados apenas aos Estados.

Nesse sentido, é importante estabelecer uma cadeia de produção e construção que esteja alinhada quanto à necessidade de reduzir as emissões até zerar o tamanho da pegada deixada.

Aqui nesse grupo de princípios, as necessidades de organização de dados, estabelecimento de metas e de inovação se associam. Estabelecer parcerias é uma ação complexa, que demanda o alinhamento de expectativas e o acesso às informações que possam orientar as metas estabelecidas.

Sustentabilidade

Rumo à sustentabilidade

O ponto de partida das ações que buscam transformar nossa relação com o planeta é o reconhecimento de que existem limites para nossa interferência em ciclos naturais.

O ponto de chegada, por sua vez, é um futuro com cidades mais habitáveis, mais sustentáveis, mais resilientes e mais acessíveis.

O movimento green building busca, nesse contexto, ressignificar nosso entendimento do que é construir e ocupar espaços.

Conte com a equipe especializada da Engetax Elevadores para encontrar as melhores soluções sustentáveis para mobilidade de transporte.