A mobilidade urbana é um dos principais desafios contemporâneos em grandes cidades de todo o mundo. Regiões metropolitanas, macro metropolitanas e megalópoles concentram milhares  de veículos trafegando diariamente e ininterruptamente por ruas, avenidas e rodovias cada vez mais saturadas – enquanto deixam largas pegadas de carbono no meio ambiente.

Pegada de carbono é uma medida que calcula a quantidade de carbono produzido individualmente ou coletivamente em diversas atividades, sejam aquelas do cotidiano de uma pessoa, ou de grandes empresas e indústrias.

Em um mundo predominantemente urbano, aproximadamente 1/4 de toda a emissão de gás carbono anual é proveniente do transporte de pessoas e mercadorias, de acordo com a World Wide Fund for Nature (WWF), e não há mais condições nem tempo disponíveis para que as cidades deixem de priorizar a adoção de soluções verdes para resolver problemas sociais e ambientais relacionados ao transporte e à mobilidade.

Percebendo a necessidade urgente de mudança, diversas cidades em todas as regiões globais estão se posicionando e avançando na direção de criar, testar e implementar estratégias para garantir a manutenção e a fluidez dos sistemas de transporte de pessoas, bens e mercadorias de forma verde e sustentável, incluindo políticas públicas, incentivos fiscais, implantação de nova infraestrutura, campanhas de conscientização e parcerias público-privadas.

Ainda assim, para algumas pessoas e agentes públicos, o conceito de mobilidade verde pode ser recente, mas ocupa um lugar central no debate sobre desenvolvimento de estratégias para soluções em mobilidade urbana sustentável. As iniciativas são diversas, mas há consenso em relação à necessidade de ênfase em sistemas multimodais, que priorizem a descarbonização do transporte urbano e que promovam o fortalecimento das redes públicas de mobilidade.

Sistemas multimodais são redes de transporte que valorizam e incentivam o uso de diversos tipos de meios de locomoção. Caminhar, bicicletas, ônibus, metrôs, trens, balsas, são algumas possibilidades que podem compor um sistema multimodal.

Descarbonização é o processo de redução a longo prazo das emissões de carbono na atmosfera, por meio da substituição da matriz energética: no lugar de combustíveis fósseis e motores a combustão, fontes renováveis e limpas.

Mobilidade Verde: o mundo precisa que a sociedade vá além de ciclovias e carros elétricos

As motivações para a Mobilidade Verde ultrapassam a área do transporte propriamente dita, e o potencial de contribuições das soluções para modais verdes, limpos e sustentáveis vão muito além dos baixos níveis de carbono.

#1 Pontos de atenção

Segundo o Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (ONU-Habitat), uma em cada três pessoas residentes em áreas urbanas no mundo moram em assentamentos precários. No Brasil, mais de duas em cada 10 pessoas nas cidades residem de forma informal em áreas impróprias para habitação.

Isso quer dizer que entre 20% e 30% da população mundial mora em áreas caracterizadas por urbanização precária, com provisão baixa ou inexistente de infraestrutura urbana básica, sendo comum observar áreas desconectadas do tecido urbano formal, do sistema viário e dos serviços de mobilidade urbana, gestão de resíduos e saneamento.

Projeções apontam que em 2030, teremos mais de 40 megalópoles com mais de 10 milhões de habitantes e, para 2050, a projeção é de que quase 70% da população mundial viverá  em áreas urbanas. Nesse contexto de crescimento urbano, a mobilidade faz parte dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da ONU.

Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável é o plano de ação global para mudar o mundo até 2030, indicando 17 objetivos e 169 metas para erradicar a pobreza e promover vida digna para todos, dentro dos limites do planeta.

“A Agenda 2030 é a nossa Declaração Global de Interdependência.”

António Guterres, Secretário Geral da ONU

Ao mesmo tempo, dados do Fórum Internacional de Transportes indicam que o crescimento populacional e o adensamento urbano devem impactar no aumento em mais de 100% dos transportes motorizados e acarretar na ampliação das emissões de carbono na ordem de 25%.

Na maior parte do mundo, o planejamento urbano e o desenvolvimento econômico ainda estão centrados no transporte rodoviário, na indústria automobilística e no deslocamento por meio dos carros. Além da pegada de carbono, a poluição do ar e sonora, os acidentes, o congestionamento e o estresse cotidiano relacionado ao tráfego urbano são problemas recorrentes nas cidades.

#2 É necessário ir além!

O que isso significa para o transporte urbano? Se não adotarmos as medidas necessárias, esses dados colocam em risco todos os esforços recentes para a redução da emissão de gás carbono.

Por isso, ciclovias e carros elétricos representam avanços importantes em direção ao desenvolvimento sustentável, sendo alternativas positivas na descarbonização das cidades. No entanto, é notável que o carro permanece sendo o modal preferido de transporte para grande parte da população.

A média de carros por habitante, já alta em países desenvolvidos como os Estados Unidos (1 carro para cada 1,47 habitantes em 2010), é crescente nos países emergentes, como China, Índia e Brasil – estimando-se mais de 2 bilhões de carros no mundo até 2040.

Nesse cenário, a tecnologia de carros elétricos e de bicicletas com pedal assistido (aquelas com um motor acionado enquanto se pedala) está em constante evolução, com indústrias em movimento ascendente no mercado global, e a adesão a esses meios de transporte alternativos – ainda marginais com relação aos carros tradicionais – pode cortar em até 30% as emissões globais de carbono empregando a tecnologia já existente e disponível.

Contudo, é preciso levar em consideração que o potencial sustentável e verde dos modais elétricos é condicionado tanto ao uso de fontes de energia limpa quanto às atividades industriais não poluentes e que utilizem matérias primas e meios de produção conscientes do ponto de vista ambiental e social – questões como origem das matérias primas, descarte correto de dejetos, coleta e reciclagem de peças sobressalentes ou obsoletas se tornam cada vez mais importantes para os consumidores.

O panorama do cenário futuro demanda que a sociedade vá ainda mais além.

#3 O papel da Mobilidade Verde no futuro

É necessária uma mudança paradigmática, tornando o transporte coletivo e público soberano em relação ao transporte individual e privado – e isso demanda uma nova forma de se pensar mobilidade na cultura global predominante, uma mudança de rumo em  relação aos conceitos tradicionais e dominantes de desenvolvimento urbano e econômico, pautados no sistema rodoviário, na indústria automobilística de motorizados e na queima de combustível fóssil.

As soluções em Mobilidade Verde precisam deixar de ser exceção, sujeitas às iniciativas individualizadas e às preocupações de natureza pessoal com o meio ambiente. É preciso que estejam presentes em políticas públicas, incentivadas pelos governos, promovidas pelas empresas e escolhidas pelos cidadãos, por meio de ações que possibilitem:

  •  Reduzir a necessidade de deslocamentos longos: preferência por políticas de zoneamento urbano que incentivem usos mistos dos lotes, incluindo residencial, comercial, de serviços e industrial, aproximando moradia e trabalho;
  • Priorizar o uso e a acessibilidade das centralidades urbanas por pessoas, pedestres e ciclistas: readequação da infraestrutura urbana com a implantação, por exemplo, de ciclovias e ciclofaixas, e alargamento de calçadas;
  • Facilitar o uso de modais de transporte coletivo em massa: construção de corredores de ônibus, BRTs (Bus Rapid Transit, ônibus articulados que circulam em vias segregadas e sem interferência do trânsito local), VLTs (veículos leves sobre trilhos, a versão contemporânea dos bondes), metrô, trens suburbanos e intermunicipais.
  • Incentivar à caminhada;
  • Promover o transporte cicloviário;
  • Estimular modelos de compartilhamento de veículos motorizados: incentivo ao desenvolvimento de aplicativos que conectem quem oferece carona com quem precisa de carona, por exemplo;
  • Desencorajar e restringir o uso de carros em determinadas áreas urbanas;
  • Empregar formas de produção de energia renovável e limpa: pequenas centrais de produção energética baseado no uso da força dos ventos, ou energia solar, regulamentando o fornecimento de energia gerada pelos os usuários para o sistema .

No caminho para um futuro mais verde, é importante que os objetivos finais não promovam meios que acabem se desviando da própria causa pelo desenvolvimento sustentável. Cidades com baixo carbono, multimodais e com eficiência energética devem ser acompanhadas de uma sociedade urbana que tenha consciência coletiva sobre os padrões de consumo. Aqui, frases repetidas como “menos é mais” contribuem para a construção dessa consciência.

É fundamental que os governos em todas as esferas, seja federal, estadual ou municipal, acolham a inovação tecnológica e insiram a agenda da mobilidade verde e sustentável como prioridade de trabalho, mantendo o alinhamento com as diretrizes mundiais, atuando de forma ativa e contínua na educação e na conscientização da população, e permitindo o engajamento da sociedade civil na criação de soluções locais para geração de impactos globais.

Elevador sustentável: Engetax construindo um futuro verde

Síndicos de prédios residenciais ou comerciais já sabem disso: o elevador comum pode ser um vilão no consumo de energia do seu edifício. Então a Engetax repensou a estrutura e funcionamento do elevador de uma forma sustentável.

Elevador Sustentável da Engetax utiliza motores mais eficientes que diminuem em até 50% o consumo de energia em relação a modelos tradicionais. Com iluminação LED de baixo consumo e a estrutura baseada em materiais mais leves e resistentes, o elevador tem um consumo total de 4KW, funcionando a base de energia fotovoltaica capturada por painéis solares. Evitando desperdícios e reduzindo custos!

Assista a entrevista com Ricardo Schmidt ao FBGA 2017 e descubra mais vantagens do primeiro elevador fotovoltaico do Brasil.

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