A demanda por transparência em sustentabilidade e práticas ambientais eficientes tem crescido de forma acelerada.

Com isso, a indústria de diversos setores tem se voltado para essa necessidade, incluindo a indústria da construção civil, que responde por 39% das emissões globais de carbono por conta de edifícios. É preciso que essa indústria se esforce para entender mais sobre os materiais e práticas utilizadas na construção e durante todo o ciclo de vida dos edifícios.

Projetos realmente desafiadores exigem soluções criativas e muita tecnologia! Esse é o caso de edifícios de baixo teor de carbono baseados em madeira engenheirada e sistemas BIM.

Ao combinar a tecnologia certa com materiais mais sustentáveis, essa indústria pode identificar e medir seus materiais e práticas de construção, minimizando os níveis de carbono incorporado – o que abrange todas as emissões associadas à construção de edifícios, incluindo extração, transporte, fabricação e instalação, bem como a operação e as emissões de fim de vida útil desses materiais.

Neste texto, vamos explorar como a indústria da construção civil pode investir numa menor emissão de carbono através da tecnologia BIM, sobre a qual falamos na próxima seção. Continue por aqui e descubra como!

Além de uma visão tridimensional: acompanhe novas informações para a gestão do ambiente construído com o BIM.

Além de uma visão tridimensional: acompanhe novas informações para a gestão do ambiente construído com o BIM.

O Building Information Modeling, ou BIM, é uma tecnologia cada vez mais presente no campo da construção civil. Ela permite muito mais do que a simples visualização 3D de um projeto, fornecendo informações importantes para o gerenciamento de um edifício, desde o seu planejamento até a sua operação e fim da vida útil.

Os dados contidos nesse sistema possibilitam novas avaliações e simulações e facilitam a colaboração e a troca de informações entre a equipe – algo muito próximo do conceito dos famosos Gêmeos Digitais.

Quais os benefícios do sistema BIM?

Com sua popularização, o sistema BIM consolidou seu potencial e hoje beneficia a construção civil com:

  • Maior produtividade;
  • Controle de custos mais apurado (evitando erros e retrabalho);
  • Mitigação de desperdício;
  • Colaboração entre o time facilitada;
  • Melhor gerenciamento de informações.

Tudo isso é vantajoso para projetos de edificações em madeira que demandam o envolvimento de fabricantes, projetistas, proprietários e mais. Mas, dito tudo isso, como o BIM pode ajudar a diminuir a emissão de carbono? Bem, fazendo uso da tecnologia que permite monitorar todas as informações em relação a uma obra, o BIM oportuniza a verificação dos níveis de carbono do projeto, permitindo o gerenciamento desses níveis. Uma forma de integrar o BIM a um projeto de construção é através do uso da madeira engenheirada, um material com baixo teor de carbono.

BIM e madeira engenheirada: uma abordagem mais precisa para a redução do carbono incorporado.

BIM e madeira engenheirada: uma abordagem mais precisa para a redução do carbono incorporado.

Vamos começar do início: o que é a madeira engenheirada? De forma simples, a madeira engenheirada nada mais é do que a madeira que foi processada especificamente para a construção civil. Esse processamento visa otimizar o trabalho da construção civil, transformando a madeira de uma matéria-prima imperfeita para um material com maior propriedade para construção.

A madeira naturalmente tem baixo teor de carbono e pode ser pré-fabricada de forma simples e mais sustentável para a utilização em obras.

Além de tudo, é leve (porém robusta o suficiente) para manuseio e transporte.

Várias melhorias de processo podem ser alcançadas ao integrar um sistema BIM com projetos de madeira engenheirada. Vejamos como:

Design:

No design do projeto, por exemplo, sua equipe pode usar o BIM para desenvolver e validar a estrutura primária da madeira e as propriedades de carbono do projeto.

Construção:

BIM e placas de madeira engenheirada

O pessoal da construção pode então usar o modelo digital para construir virtualmente o projeto, o que os ajuda a planejar e executar a fabricação dos componentes do sistema e ensaiar a montagem no local de peças pré-fabricadas.

Novas camadas de informação:

Além disso, agregando outros aplicativos e softwares, é possível gerar simulações de energia, desenvolver sequências de montagem e logística de trabalho e até mesmo criar renderizações fotorrealistas com Realidade Virtual (RV) integrada – o que pode melhorar o entendimento da obra e a experiência de venda.

O BIM também pode elencar outras camadas de informações ao modelo virtual, como o tempo de projeto, o custo e a performance, por exemplo.

O BIM e a digitalização trazem benefícios únicos, mas ainda estão engatinhando no Brasil.

Como em qualquer inovação, existem barreiras para a adoção do BIM. Ainda assim, a comunidade da indústria da construção reconhece os benefícios únicos da digitalização:

  1. A seleção e o acompanhamento de materiais com baixo teor de carbono;
  2. A realização da análise do ciclo de vida de todo o edifício;
  3. A simulação de novas abordagens de compensações de carbono.

Especialmente em construções de madeira, as vantagens são significativas, pois aliam a eficiência da pré-fabricação com as vantagens e economias de materiais naturais e renováveis.

Em busca desses benefícios para os seus próximos projetos? Confira 7 dicas para implantar o BIM em escritórios de arquitetura pequenos.